quinta-feira, 9 de julho de 2009

Mundo Digital

Esta semana recebi a revista Produção Profissional n.90 e finalmente consegui matar a minha curiosidade. Descobri como fizeram o final da minissérie global Maysa. Vcs assistiram?
Eu estava curioso para saber onde estava aquela câmera que mostra o acidente fatal da cantora. Tudo foi possível graças a tecnologia de ambiente virtual. A cena tem a duração de 1 minuto e 46 segundos, mas exigiu um trabalho de 2 meses e meio, envolvendo construções em 3D e um tratamento gráfico complexo.
Através de uma foto em altíssima resolução, em Gigapixels, foi feito um movimento de câmera no computador. Depois, houve a captação no estúdio em croma-key da atriz, tudo através de uma câmera com um sistema de traqueamento.
Todas as imagens passaram então pelo software Baselight para a correção das cores.
Aliás, este software, cuja exclusividade de seu uso no Brasil ainda é da Rede Globo, está sendo utilizado em várias dramaturgias da empresa. Ele é responsável pelo “rejuvenescimento” de atores de maior renome e que estão a muito tempo na labuta televisiva.
Todo o material foi gravado em HD, utilizando-se de gravadores Sony HDCAM. A edição envolveu etapas em offline e online, em plataformas AutoDesk Smoke, FilmLight Baselight e Avid.
Outra tecnologia empregada nessas produções globais é a digital backlot. É um processo inovador de captação e pós-produção que possibilita estender digitalmente cenários físicos, sejam em gravações em estúdio ou em cidades cenográficas. Não é uma simples evolução da técnica de croma-key, pois exige um trabalho antecipado e elaborado na captação de imagens e depois na pós-produção.
O sistema IRIDAS SpeedGrade Onset, um poderoso programa de correção de cor, com múltiplos estágios de correção, baseados em “looks” predefinidos antecipadamente pelo diretor de fotografia ou mesmo o diretor da cena, é também uma das ferramentas que estão ampliando o leque de possibilidades de enriquecer e completar o trabalho de produção, principalmente na dramaturgia.
Estes processos por exigirem um trabalho de pré-produção muito demorado e antecipado, são utilizados em minisséries e pequenos especiais. Não é possível, ainda, ser utilizado no dia a dia das produções. Mesmo em novelas seu uso ainda é contido, pois muitos capítulos são gravados e finalizados 24 horas antes de ir ao ar e não poderiam receber este tratamento com a qualidade desejada.
Para finalizar os comentários desta excelente reportagem da revista, faltou falar de um software que ainda está em desenvolvimento e que permite o reconhecimento de face para “colar” o rosto dos atores em dublês. Este permitiu que o rosto de determinados atores fosse colocado no corpo dos seus dublês surfistas que fizeram as cenas da novela Três Irmãs.
Como eu sempre digo: televisão é uma caixa de mentiras e fantasias. Saberemos distinguir o real do imaginário?

Nenhum comentário:

Postar um comentário