Em minhas andanças de manutenção, sempre vou encontrando as “ falhas técnicas” por aí.
Fui resolver um problema de sistema e me deparei com um problema de áudio em um programa ao vivo. Os técnicos do Headend não conseguiam equilibrar o áudio que era entregue para a modulação. Apesar dos muitos ajustes do compressor, não conseguiam ajustar a qualidade do áudio e o cliente só reclamava.
Fui analisar o programa e descobri que no pequeno estúdio, haviam três microfones de lapela abertos e mal posicionados nos apresentadores.
Conversando com os operadores, descobri que o controle de trim ( ganho de entrada) da mesa de áudio, estava muito alto, assim os faders individuais e o do máster estavam sendo subutilizados, muito baixos. Desta maneira, toda vez que os apresentadores se entusiasmavam, ocorria um over no canal, que era compensado no fader e não no trim.
Estavam tentando tirar este erro, no compressor antes da modulação do sinal.
Deve-se sempre observar que a operação com microfones de lapela, geralmente omnidirecionais, exige uma atenção especial. Se for um programa jornalístico, onde o tom de voz sempre é moderado, o ganho de trim exige menos cuidado, pois o vazamento entre eles não é tão crítico. Já em outros, a proximidade dos usuários e a mudança dos tons de voz vão ocasionar diversos problemas de vazamento, além da influência da acústica do ambiente. Assim trabalhamos com um trim moderado e o operador deve estar completamente focado no áudio, não deixando os faders abandonados e de preferência com um bom fone de ouvido ou um bom monitor de áudio.
Outro cuidado a se observar, é que se vc estiver utilizando um lapela que trabalhe com pilhas, por exemplo um Sony da família dos ECM, a carga delas irá influenciar no desempenho do microfone.
Não despreze o áudio. Se apanhamos em fazer um áudio estéreo, imagine quando fizermos um 5.1 ou 7.1 ?